quarta-feira, 24 de setembro de 2014

5 motivos que fazem alunos odiarem as aulas de Matemática

Talvez para muitos estudantes, odiar uma aula de Matemática, não precisa de motivo algum. Por si só ele já carrega o preconceito de que as aulas de Matemática não servem para nada e que nunca a utilizará em sua vida.

5 motivos que fazem alunos odiar as aulas de Matemática

Infelizmente, este tipo de comportamento que levam estudantes a pensarem assim, tem um "culpado" e o nome dele é professor (a). Os motivos? São vários, são históricos e de caráter político/social. Não entrarei na questão de como a Educação Matemática é tratada no nosso país, mas é necessário dizer que sem uma reformulação, este quadro nunca avançará com melhoras significativas.

Espero que não julguem mal este texto ou interpretem de forma negativa. Perceba bem seu contexto antes de pensar que estou denegrindo a classe que também estou inserido.

A probabilidade de um estudante rejeitar e começar a odiar as aulas de Matemática, aumenta quando:

1 - Professor graduado em outra área diferente de Matemática

Professor graduado em outra área diferente de Matemática
Isso é mais comum do que se pensa. A educação pública no nosso país não vai muito bem das pernas há muito tempo, disso já sabemos, e com professores lecionando sobre uma disciplina que não dominam, o problema tende a continuar por mais algumas décadas.
Agora imagine um professor com este "nível" de qualificação dando aulas. Pode-se imaginar que, inicialmente, não podemos empregar o termo aula nesta situação. Podemos, infelizmente, lamentar como será a formação destes estudantes. O seu futuro será comprometido, do ponto de vista matemático.

Sem base matemática suficiente para continuar seus estudos, ele acabará sendo mais um aluno que odiará matemática. Consequentemente em um futuro próximo, poderá ser um professor (a) dando aulas de Matemática, quando a sua formação é em outra área, por puro descompromisso coma a Educação.

2 - Professor mal humorado 

Professor mal humorado
Este de tipo de professor é aquele que entra na sala de aula sem dar um bom dia, um boa tarde ou boa noite. Pela aparência facial dele, o aluno já se sente intimidado e não pensará duas vezes para fazer alguma pergunta sobre equações quadráticas, por exemplo.
Conquistar o aluno é o maior desafio para um professor de qualquer disciplina, mas para Matemática é muito mais importante cativar o seu aluno. Uma boa relação pode transformar uma aula em debates matemáticos em vez de apenas cálculos e mais cálculos.

Nenhum estudante é “forçado” a gostar de um determinado professor, porém, quando o professor consegue conquistar e fazer com ele goste de Matemática, História, etc., o seu desempenho aumenta consideravelmente e sua relação com o professor mudará naturalmente.
Imagina a situação de ter que assistir 3 aulas consecutivas de Matemática, às 7 horas da manhã. Um professor disposto, descontraído e que gosta da profissão que escolheu, tentará fazer com as 3 aulas passem muito rápido e tenham a sensação de 3 minutos.

3 - Professor sem didática

Professor sem didática
Costumo sempre afirmar que existem péssimas pedagogas sem formação Matemática e existem péssimos professores de Matemática sem formação didática/pedagógica. São duas situações que deveriam caminhar juntas.

Durante os 4 anos que cursei a faculdade de Matemática, conheci acadêmicos de vários tipos. Futuros professores muito entusiasmados. Pude comprovar de perto que a licenciatura em Matemática não é para qualquer um.

Não me interpretem mal, no que quero dizer, mas convivi com mentes geniais durantes a minha graduação. Lembro-me de um colega de curso que era genial e tinha tudo para seguir a carreira como um brilhante matemático e pesquisador, mas infelizmente ele não sabia ministrar aulas, não conseguia "transmitir", não sabia se comunicar com alunos.

Em uma situação específica, um professor sem didática não terá paciência para explicar um determinado conteúdo matemático mais de três vezes, quando nas outras explicações não conseguiu fazer com que seus alunos absorvessem algum conhecimento. Seu modo de dar aulas é limitado e engessa o pensamento crítico do aluno.

4 - O professor tem uma péssima escrita matemática

O professor tem uma péssima escrita matemática
Não estou me referindo a caligrafia (também é importante) que o professor utiliza no quadro. Me refiro a como ele organiza os conteúdos matemáticos, como por exemplo: frações, equações, potenciações e demais assuntos com suas particularidades simbólicas.


Matemática já não é a preferência entre os estudantes, e se o professor não atenta para a sua escrita matemática, ele corre o risco de criar mais uma legião de odiadores da Matemática. Não é exagero. Um aluno desestimulado com a disciplina ficará ainda mais desestimulado se encontrar pela frente uma aula totalmente desorganizada.


Mas o que significa uma boa ou má escrita matemática? Símbolos escritos em locais errados, frações mal posicionadas, etc. Tudo isso pode trazer dúvidas ao estudante na hora de ler e escrever aquilo que o professor escreve no quadro ou em outro equipamento que ele usa para ministrar suas aulas expositivas. Para melhor entendimento, imagine a seguinte situação abaixo.
[100+69+(3+4)/(2+1)2]/[(7)+(9)/(5)(+5)]=
Aparentemente não há erros na expressão acima. Mas se for perguntado quem é o numerador e o denominador desta expressão, haverá algumas dúvidas nas respostas. Para alunos que estão iniciando o Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano), este tipo de escrita pode atrapalhar muito a sequência de conteúdos por vir. E a situação pode piorar mais um pouco, quando no Ensino Médio, outro professor adotar uma escrita matemática diferente (a verdadeira e padronizada).
O que acontece na expressão aritmética acima é o uso incorreto do traço da fração ("/"). Nem sempre a expressão mais simples de escrever, será também a mais simples de ser solucionada. A escrita correta da expressão deveria ser esta:
100+69+3+4(2+1)2(7)+(9)(5)(+5)=
Muitas outras situações com conteúdos matemáticos escritos erroneamente podem prejudicar o aprendizado do aluno. Na maioria dos casos, o bom senso em usar operadores (as quatro operações) adequados nos locais certos, eliminam as chances de haver confusões entre números, operadores matemáticos e a ordem simbólica.

5 - Professor dono da verdade

Não há nada mais constrangedor do que um professor que não está nem aí para o raciocínio do seu aluno. Por que constrangedor? Imagine numa certa aula o professor explicando exercícios sobre equações fracionárias, quando no final de sua explicação, um estudante educadamente replica dizendo que o cálculo foi feito de forma errada ou que tem uma solução matemática mais curta e fácil.

De imediato o professor lhe dirige um olhar reprovando a atitude e nega veementemente que está errado e o aluno está certo. Este tipo de ação por parte do professor acarreta uma série de más consequências:
  • Desmotiva o aluno para as próximas aulas, consequentemente desestimulará na realização de novas tarefas;
  • Tira as chances de melhorar a relação professor x aluno;
  • Diminui a autoestima (Se o aluno não tiver uma boa consciência de sua vida escolar, corre o risco de ser mais um a odiar a Matemática)
  • Tratará a aula de Matemática com menos importância;
  • Transmitirá sua experiência negativa para outros professores e colegas.

Aparentemente são "motivos" que podem ser aplicados para qualquer disciplina, fazendo alguns ajustes para cada uma. A Matemática é a que sofre maior rejeição quando o professor não age de forma ética e honesta com a sua profissão.

Tudo que o professor faz de bom ou ruim, em relação a forma como leciona, refletirá no desempenho de seus alunos. Infelizmente as atitudes maléficas são as que mais marcam a sua profissão e principalmente o desenvolvimento da vida escolar de seus alunos.

Do ponto de vista puramente educaional,  o professor é o grande influenciador da vida escolar do seu aluno. Um mal aluno poderá ser o reflexo de um mal professor.

Este artigo escrito inspirado neste comentário no Google Plus.
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Nota

Este artigo foi um guest post (artigo convidado) que enviei apara o blog Escolarize, que infelizmente foi desativado. Em uma conversa com o criador do blog resolvi republicar o artigo aqui, assim como outros posts de sua autoria que em breve publicarei aqui também.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014