A formação de uma biblioteca digital
Os cuidados para reunir os arquivos e formar um acervo útil para alunos e professores
Mônica Pina (novaescola@atleitor.com.br)
Textos, fotos, vídeos, jogos, músicas... Depois de um tempo, os
computadores do laboratório de informática ficam lotados de materiais
que acabam na lixeira. Mesmo que a equipe use bibliotecas online, nada
impede a formação de um acervo digital na própria escola. "É uma
ferramenta eficiente na integração de tecnologias de informação e de
comunicação e abre espaço para a atuação de professores e alunos", diz
Nanci Folena Pereira Sousa, do Laboratório de Informática e Educação
Tecnológica da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo, na
Grande São Paulo.
Para concretizar essa ideia, trabalho é o que não falta. Ao gestor, cabe estabelecer as diretrizes, organizar os grupos de trabalho e incentivar a participação de todos. Já o coordenador será o orientador dos professores na garimpagem das obras na internet e na preparação de atividades que levem os alunos a produzir conteúdos. "É importante buscar sempre novos recursos, ter critérios claros na seleção e focar o uso pedagógico", explica Nanci. Caso a escola não conte com um monitor de informática, é possível solicitar suporte à Secretaria ou pedir ajuda a professores mais experientes. A seguir, os principais pontos a serem considerados na organização de uma biblioteca digital.
Para concretizar essa ideia, trabalho é o que não falta. Ao gestor, cabe estabelecer as diretrizes, organizar os grupos de trabalho e incentivar a participação de todos. Já o coordenador será o orientador dos professores na garimpagem das obras na internet e na preparação de atividades que levem os alunos a produzir conteúdos. "É importante buscar sempre novos recursos, ter critérios claros na seleção e focar o uso pedagógico", explica Nanci. Caso a escola não conte com um monitor de informática, é possível solicitar suporte à Secretaria ou pedir ajuda a professores mais experientes. A seguir, os principais pontos a serem considerados na organização de uma biblioteca digital.
1 Definir equipamentos e softwares
Em unidades que têm computadores para uso dos alunos, não é preciso
grandes investimentos. As máquinas devem ter programas antivírus, acesso
à internet e softwares compatíveis com vários formatos de arquivos.
Dependendo da forma de armazenamento de dados escolhida, há
especificações a serem seguidas. Uma alternativa é guardar tudo em um
servidor - um computador com muito espaço disponível e grande capacidade
de processamento - conectado aos demais em rede. É o que acontece em
São Bernardo do Campo: "Esse tipo de integração facilita a troca de
informações entre os usuários", explica Nanci. Se as máquinas estiverem
em rede e não houver um servidor, os hard disks (HDs) externos
são uma boa possibilidade. Já quando os computadores não estão em rede,
uma solução é usar DVDs, porém é preciso necessário ter programas e
softwares para gravá-los, além de equipamentos que façam a leitura dessa
mídia. Outra saída é optar pelo armazenamento virtual na chamada
"nuvem" - os arquivos ficam em um servidor externo e são acessados via
internet por usuários cadastrados.
2 Selecionar materiais externos
Para escolher as obras que vão compor o acervo, é importante divulgar
a proposta entre alunos e docentes. O coordenador pode orientar os
professores na pesquisa e sugerir que explorem as possibilidades da web
nos formatos mais variados - textos, áudio, imagens, vídeos,
infográficos e jogos. Deixe claro que só podem ser baixados arquivos de
distribuição livre ou com o download pago e registrado. O ideal é
procurar fontes seguras, como sites de governos e instituições
educacionais, culturais e científicas. Antes de incluir arquivos na
biblioteca, o responsável por ela deve se informar sobre direitos de
uso, pois retirar, armazenar, exibir e distribuir dados sem autorização é
proibido por lei. Mesmo com restrições, há muito material disponível.
Não faltam opções de livros, produções acadêmicas, clássicos da
literatura, textos em libras e audiolivros que podem ser baixados
gratuitamente. Jornais e revistas geralmente são pagos. No caso de
registros sonoros, há músicas com direitos livres, demonstrações
disponibilizadas pelos autores e arquivos de trilhas e efeitos. Vídeos e
jogos exigem mais cuidado tanto pelo conteúdo quanto pela segurança,
pois há maior risco de haver distribuição ilegal e conter vírus.
3 Planejar a produção de conteúdos
Incluir no acervo textos, livros, desenhos, fotos, vídeos e músicas
criados pelos alunos é uma forma de valorizar a produção das turmas,
torná-las mais acessíveis dentro da unidade, incentivar a troca de
informações e garantir que os autores reconheçam seus trabalhos como
parte do patrimônio cultural da escola. O coordenador pode ajudar os
professores a planejar sequências didáticas e projetos que levem os
alunos a produzir de diferentes formas seus trabalhos - gravando vídeos
com experiências realizadas no laboratório, apresentações de seminários
ou um treino de vôlei, entre outras possibilidades. Os registros dessas
atividades - escritos, gravados, fotografados ou filmados - se tornam
material de referência e podem ser compartilhados com estudantes,
professores, gestores e pais.
4 Promover a utilização da biblioteca
Para incentivar os professores a utilizar os materiais digitais com
os alunos, o coordenador pode divulgar o acervo por meio de boletins
mensais e deve utilizá-lo nos seus encontros de formação, sugerindo a
inclusão de diferentes linguagens no planejamento. Para tanto, vale
bolar atividades formativas que usem esses recursos, fazendo-os
vivenciar a exploração de cada um deles antes de levá-los para a sala de
aula.
5 Valorizar a segurança e a organização
Toda a equipe deve ser alertada sobre a importância dos cuidados com a
segurança e organização dos dados. Cada arquivo deve passar pela
análise de um programa antivírus (atualizado periodicamente) e todos
precisam ser conferidos, testados e catalogados de acordo com critérios
definidos pelo coordenador pedagógico. É recomendável ordenar os itens
por tema, título e tipo, de modo que possam ser facilmente encontrados, e
criar um banco de dados, identificando os autores e a origem de cada
um. Se a escola já dispõe de uma biblioteca convencional com um sistema
de gerenciamento, é conveniente utilizar o mesmo padrão, facilitando a
pesquisa e minimizando o risco de conflitos entre as informações.
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